quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Prédios perfumados em tons pastéis

"Helicópteros no céu fazem o meu corpo parecer tão frágil...
Que liberdade tão fora de hora faz cócegas em minhas idéias e me salva dessa realidade tão duramente metálica...
Pinto os prédios com meus cílios
pincéis de esperança,
cores em tons pastéis,
ingênuas e belas como um quarto de bebê.
Nasce um novo cenário,
novas pausas,
um tentar reinventar os sonhos,
respirar num cotidiano mais bem decorado e perfumado.
Brincar com a morte como um gato brinca com sua presa."

Entelhada 2

"As telhas me protegem do chão
me obrigam a olhar para frente ou para cima.
Um afago do destino..."

Antidepressivo natural

"Meu coração
transformado em mais um cérebro
pressiona meu peito e me faz latejar de tanta sensatez!
A ignorância deve ser um paliativo peculiar...
um antidepressivo natural."

Entelhada

"Telhas teclam em meus cílios...
Debocham de suas próprias sujeiras e cicatrizes.
Susurram silêncio
e
laranja"

Um pôr-do-sol que não nasceu

"Olho a cidade de cima do meu telhado...
Cápsulas de rancores, de amargura, de vazios...
Pranto.
Uma linda mulher se mata numa kitnet,
anulada pelo concreto...
Escuto "Death in Venice" e
assisto a um pôr-do-sol que não nasceu."